terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Como identificar e ajudar crianças e adolescentes vítimas de bullying?


O termo inglês bullying (pronuncia-se bulin) vem sendo utilizado em todo o mundo para descrever atos repetitivos de violência física, verbal e psicológica. Casos como os de crianças e adolescentes humilhados ou hostilizados na escola são os mais comuns. Quanto antes forem diagnosticados, mais fácil será ajudar o indivíduo vitimizado e menores serão as chances de traumas psicológicos no futuro.
Agressão psicológica ou física pode gerar traumas no futuro Dependendo da faixa etária do agressor, podemos identificar diferentes expressões do bullying. Para entender o problema, mais importante do que o tipo da agressão é a semelhança entre seus motivos.
Geralmente, o bullying é fruto de visões preconceituosas sobre as pessoas consideradas diferentes da maioria. Na escola, muitas vezes, aqueles alunos que se destacam intelectualmente são excluídos do contato social por outras crianças, assim como aqueles mais sensíveis ou retraídos. Essas diferenças provocam, em algumas crianças, um desejo de exercer poder sobre aqueles que consideram diferentes, dominando-os ou atacando-os, normalmente em público.

Ciberbullying (bullying na internet)

Hostilidades sempre existiram no ambiente escolar, mas elas se potencializaram com o surgimento da internet. A sensação de que não serão descobertos e de impunidade acaba levando os adolescentes a criarem páginas e conteúdos agressivos e a dispararem contra os colegas, sem medo.
A tecnologia que poderia ser utilizada como meio benéfico - para troca de informação e de contato social - passou, nos casos de bullying, a ser utilizada de forma agressiva e psicologicamente violenta por parte dos agressores.
A perseguição pode ter efeitos lesivos e duradouros contra as vítimas e até mesmo contra suas famílias. Daí a importância de se descobrir o problema a tempo de reparar os danos.

Como identificar uma criança que sofre bullying?

Mudanças de comportamento são sinais importantes e podem sinalizar aos pais que os filhos estão sendo vítimas de bullying.
A criança ou adolescente pode, repentinamente:
  • Não querer mais frequentar as aulas
  • Pedir para mudar de turma
  • Apresentar queda do rendimento escolar
  • Passar a ter dificuldade de atenção
  • Apresentar sintomas físicos, como dor de cabeça ou de estômago e suor frio, indicando o violento e elevado nível de angústia a que está sendo submetido.

O que fazer para ajudar uma vítima de bullying?

Qualquer indivíduo que tenha sofrido qualquer tipo de ameaça verbal, física ou psicológica precisa de ajuda e necessita ser protegido.
Bullying provoca traumas e danos a crianças e adolescentesOs adultos devem informar à criança ou ao adolescente que o que ela sofreu será cuidado pela família, pela escola, pela comunidade ou pelas autoridades da lei.
Muito importante também é deixar claro para a vítima, seja qual for a sua idade, que ela não é culpada pelas perseguições que está sofrendo, reafirmando que ela tem valores e qualidades que devem ser muito respeitados.
Os pais devem sempre se mostrar disponíveis a escutar o filho, permitindo que expresse seus sentimentos diante da ameaça ou da agressão que vivenciou.
Devem também evitar criticar a criança ou adolescente quando, sozinhos, não conseguirem enfrentar a situação.
Pais jamais devem ignorar ou minimizar o problema de seus filhos, muito menos estimular agressão ou revide.

Medidas de combate aos casos mais graves

  • Reforçar que as vítimas devem procurar ajuda de um adulto da família na ocorrência de situações difíceis
  • A vítima, com apoio dos pais, deve relatar o ocorrido para um responsável na escola
  • Juntar provas materiais, salvando e imprimindo as páginas com as ofensas
  • Pedir ao provedor para tirar a página com as agressões do ar
  • Procurar uma delegacia e fazer o boletim de ocorrência
  • Procurar ajuda de um especialista quando os recursos de apoio emocional da família se esgotarem.

Sugestões para escolas e comunidades com casos de bullying

Para minimizar ou acabar com as agressões, escolas, comunidades e especialistas podem promover programas antibullying envolvendo alunos, famílias, professores e coordenadores.
O resultado de um trabalho preventivo, compartilhado por todos pode oferecer melhoria na qualidade dos relacionamentos e no uso responsável da internet.
Podem ser realizadas ações como:
  • Capacitar professores e funcionários, na identificação e encaminhamentos adequados das vítimas
  • Conscientizar os potenciais agressores de que existem consequências para os crimes contra a honra, de calúnia ou injúria e de que os pais podem ser responsabilizados pelos atos dos filhos
  • Promover, na escola, critérios de não tolerância às condutas de bullying e ciberbullying
Fonte: Soraya Azzy, psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein

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